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Mesotelioma Pleural Maligno

   Trata-se de um cancro raro e maligno das células mesoteliais da cavidade pleural estando associado a uma exposição ocupacional ao amianto, sendo que certa de 80 % dos casos de mesotelioma têm como causa este mineral. O período de latência da doença é cerca de 20 a 30 anos estando dependente da dose de exposição [15].

   A longa persistência de fibras de amianto na pleura leva a respostas inflamatórias, tóxicas e mutagénicas, com alterações na proliferação celular, levando ao aparecimento do mesotelioma. Este, por exames histológicos e imunohistoquímicos, pode ser subdividido em três grupos, com morfologias e propriedades moleculares distintas [16]:

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                Epitelioides – constituídos por células redondas ou cuboides (80 a 90% dos casos)

                Sarcomatoides – células fusiformes dando origem a tumores volumosos e agressivos (10-20% dos casos)

                Bifásicos – mistura de tecido epitelioide e sarcomatoide (10-20% dos casos)

Epitelioide
Sarcomatoide
Fibras de amianto
Imagem 3- Representação esquemática de mesotelioma, com ampliação das fibras de amianto a lesar as células mesoteliais e exeplificação de mesotelioma epitelioide e sarcomatoide (adaptado de [17]).

  Pacientes com mesotelioma pleural apresentam dor torácica e dispeneia, como resultado da acumulação de líquido pleural pelo tumor, dificultando a expansão da parede torácica e predispondo o individuo a pneumonias. O seu diagnóstico está limitado à imagem radiológica, não havendo ainda biomarcadores específicos e viáveis para uso clinico [15].  

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   Esta é uma doença bastante agressiva, tendo um prognóstico negativo com uma taxa de sobrevivência entre 6 a 12 meses. Como tratamento de primeira linha é usada quimioterapia à base de platina e cirurgia. Estudos recentes demonstram a eficácia do uso de inibidores do efeito imunitário como anti tumorais em associação com a quimioterapia, dando a possibilidade de uma melhor compreensão da fisiopatologia da doença [17].

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   Embora a diminuição do uso de amianto na indústria vá reduzir gradualmente a incidência mundial de mesotelioma pleural maligno, prevê-se que a sua presença ainda dure várias décadas [17].

Cancro do pulmão

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