








Mecanismo geral de toxicidade
As fibras de amianto devido, por exemplo, a fenómenos meteorológicos, são libertadas por processos de erosão, ficando suspensas no ar. Podem então ser inaladas ou ficarem suspensas em água, atingindo rapidamente o sistema respiratório. Devido às suas pequenas dimensões (na ordem dos micrometros) e à sua espessura muito fina alcançam os alvéolos pulmonares depositando-se. Há por isso uma relação muito evidente entre a estrutura destas fibras (tamanho, espessura e biopersistência) e a sua toxicidade [27].



Imagem 5 - Representação de fibras de amianto relacionando o papel das suas características com a patogenicidade (adaptado de [27]).
Paradigma da ''Fagocitose Frustrada''
Quando estes corpos estranhos atingem os alvéolos, macrófagos tentam fagocitar as fibras de amianto, porém, por estas serem muito compridas e com forma em agulha, a fagocitose é ineficiente. Quando confrontados com fibras de amianto curtas e compactas, o macrófago é capaz de as incorporrar e eliminar (clearance), no entanto, o macrófago não se pode distender o suficiente para incrporar fibras longas, resultando numa fagocitose incompleta ou frustrada. Assim, são libertadas citocinas, fatores de crescimento e espécies reativas de oxigénio que vão provocar um processo inflamatório com chamada de mais macrófagos que se acumulam em zonas de lesão do epitélio. São formados, consequentemente, colagénio e elastina que se vão depositar nas paredes dos alvéolos e provocar fibrose pulmonar. Esta fibrose é um processo irreversível e que dificulta as trocas gasosas levando a hipóxia e consequentemente morte celular [27].
